Histórias Inspiradoras

Psicologia do esporte: a relação entre mente e corpo

Elisabeth Fernandes, psicóloga do esporte, reforça a conexão entre a saúde física e emocional e o desempenho esportivo

Com mais de 15 anos de experiência no esporte, a psicóloga Elisabeth Fernandes sabe bem que corpo e mente funcionam em conjunto. Especialista em modalidades para pessoas com deficiência, ela foi uma das quase 3 mil pessoas formadas no curso do Movimento Paralímpico, lançado pelo Impulsiona em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro. Conversamos com ela sobre a importância do aspecto emocional na prática esportiva.

Impulsiona – Qual a sua função como psicóloga do esporte?

Elisabeth – Por um lado, eu busco entender como os fatores psicológicos afetam o desempenho nas atividades físicas e esportes. Por outro, como a participação em atividades físicas e esportes atuam sobre o desenvolvimento psicológico, saúde e bem estar.

Impulsiona – O que te motivou a atuar nessa área?

Elisabeth – Encontrei na psicologia do esporte um caminho atraente e desafiador. É um campo novo, em crescimento. Também me apaixonei pelo esporte para pessoas com deficiência, como elemento facilitador de inclusão. Abracei essa “bandeira”!

Impulsiona – E onde você trabalha atualmente?

Elisabeth: Venho atuando em equipes de basquete Paralímpico há mais de quinze anos. Há cinco anos atuo na GADECAMP, nas equipes de alto rendimento e na equipe de iniciação em basquete em cadeira de rodas na cidade de Campinas/SP. E também na HWTSPORTS e AKDmia de Basquete há um ano com as modalidades Olímpicas de tênis de campo, futebol e categoria sub-15 de basquete masculino.

Impulsiona – Você comentou sobre o esporte como ferramenta de inclusão. De que forma a atividade física contribui para a vida das pessoas com e sem deficiência?

Elisabeth: O esporte como ferramenta de inclusão proporciona aos seus praticantes melhora em vários aspectos da saúde emocional. Posso citar como exemplos a elevação da autoestima e autoconfiança, e o estímulo da independência e autonomia. A atividade física também reduz problemas como depressão e isolamento social, contribuindo na integração e socialização. Quanto a saúde física, já são comprovados cientificamente os benefícios advindos das atividades na manutenção ou desenvolvimento das estruturas ósseas e musculares, na prevenção ou redução da tensão arterial, aumento da capacidade de resposta do organismo para combater o stress e percepção de bem-estar, por exemplo.

Impulsiona – Caramba, quanta coisa… Mas e na prática? Você tem algum exemplo de atendimento que mostre os benefícios do esporte na saúde emocional?

Elisabeth – Um dos atletas da equipe em cadeira de rodas em que trabalho comprova estes benefícios. Já adulto, ele ficou paraplégico. Depois de um longo processo de reabilitação, foi para sua pequena casa em um pequeno quarto onde permanecia dia e noite sendo cuidado e dependendo de ajuda até para suas necessidades mais básicas. Começou a entrar em processo de depressão. Passado algum tempo, conheceu um atleta de sua equipe atual que o convidou a experimentar o basquete em cadeira de rodas. Ele foi, gostou, começou a praticar, se desenvolvendo na modalidade e em sua vida pessoal e profissional. Casou-se, constituiu família, aprendeu a consertar cadeiras de rodas, além de se tornar atleta. Hoje é uma pessoa independente, autônoma, incluso na sociedade e um cidadão produtivo e realizado!

Impulsiona – E quais são os seus grandes desafios na psicologia do esporte?

Elisabeth – Acho que buscar a cada dia uma maior e melhor atuação, cientificamente embasada, que contemple aconselhamento, orientação e avaliação psicológica, tanto a atletas como a praticantes de atividades físicas. Pioneirismo é a condição da Psicologia do Esporte no contexto do esporte Paralímpico no Brasil. E nessa busca pela evolução constante, há três anos sou membro do GEPEN (Grupo de Estudos em Psicologia e Neurociências da Faculdade de Educação Física da UNICAMP).

Impulsiona – E para a psicologia do esporte no Brasil? Qual o seu sonho?

Elisabeth – Meu sonho é poder ver a psicologia do esporte sendo cada vez mais conhecida, reconhecida e valorizada, abrindo novos campos de trabalho e atuação para que nós, os profissionais da área, possamos ter oportunidades de desenvolvermos um trabalho de qualidade e de resultado. E meu sonho e desejo é que, em breve, possamos estar atuando em grandes equipes de psicólogos do esporte nos grandes órgãos de gestão e fomento esportivo, como Confederações e Comitês.

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ELIEZER CLAUDIO CORREA NETO
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Que top artigo rico, compartilho do mesmo sonho de Elizabeth, que mulher!!

ELIEZER CLAUDIO CORREA NETO
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confira nosso blog tbm para compartilharmos experiencias!! https://vencersaudavel.com.br