O número de alunos com deficiência matriculados em escolas brasileiras tem crescido. Dados do Censo Escolar 2023 mostram que hoje existem 1,8 milhão de matrículas da educação especial, um aumento de 41,6% em relação a 2019.
Um dos grandes desafios para os professores é montar aulas de Educação Física que incluam os alunos com deficiência. Pensando nisso, o professor Carlison Magno, de Monte Alegre (PA), escolheu três modalidades que permitissem a participação de Vitória Rebeca, aluna de 20 anos que possui deficiência física nas pernas: o goalball, o lançamento de dardo e o vôlei sentado.
Esses esportes foram definidos para que os alunos da Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará pudessem jogar sentados como a colega da turma. Para eles, foi incrível conhecer novas práticas esportivas e, ao mesmo tempo, contribuir para a inclusão. “Nunca pensei em me colocar no lugar do outro dessa forma. Jogar como se eu fosse a Rebeca me permitiu experimentar parte da realidade dela”, contou Alaene, de 17 anos. Para Rebeca, “foi uma experiência muito boa, me senti muito capaz”.
Segundo Carlison, a primeira reação dos alunos foi de surpresa. Muitos nunca tinham ouvido falar dos esportes sugeridos pelo professor. Por isso, eles começaram por uma pesquisa sobre atividades esportivas adaptadas. Depois, fizeram apresentações com a origem e regra das modalidades que conheceram.
Essa modalidade foi criada na década de 1950 e faz sucesso nos Jogos Paralímpicos desde a edição de Arnhem (Holanda), em 1980. Como o nome já diz, a principal regra é que o jogador deve estar sentado no chão para bater a bola. O vôlei sentado é uma ótima opção para as aulas de Educação Física, pois pode ser praticado por pessoas com e sem deficiência. Além disso, meninos e meninas podem jogar juntos. E assim foi a aula do professor Carlison, com muita diversão, respeito e inclusão:
O lançamento de dardo é uma modalidade do atletismo na qual os competidores arremessam o objeto pontiagudo o mais longe possível. Na Educação Física, o professor Carlison promoveu uma versão adaptada do esporte, em que os alunos lançam o dardo construído com cabo de vassoura sentados em uma cadeira.
O Goalball é uma modalidade criada para pessoas com deficiência visual. Duas equipes de 3 jogadores se enfrentam em uma quadra com as mesmas dimensões da quadra de vôlei (9m x 18m). Cada lado tem um gol de 9 metros de largura e 1,2 de altura. Ganha quem balançar a rede adversária mais vezes com a bola que possui um guizo, o que exige muita concentração e silêncio. O interessante é que os atletas são ao mesmo tempo arremessadores e defensores. Para a defesa, os 3 se posicionam sentados em uma linha a frente do gol, já o arremesso é feito de pé e deve ser rasteiro.
Para a versão do Goalball na Educação Física, os alunos usaram o gol de futsal, jogaram vendados e cobriram uma bola de basquete com plástico para simular o barulho dos guizos:
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Todo ano faço algumas aulas adaptadas para a aluna Rebeka, na minha escola. Além da turma dela, faço com todas as turmas. Alguns alunos inicialmente tem resistência, mas, no decorrer do jogo, se interessam e conseguem assimilar a importãncia da inclusão em todo espaço escolar. Já idealizei a aula de atletismo com o arremesso de dardo e de peso. Outra atividade que faço, é um aluno conduzir o outro de olhos vendados da sala até a quadra.
Trabalha a inclusão na escola além dos muros .
Parabéns
Muito legal a aula. Parabéns professor. Vou roubartilhar as suas ideias.
Muito bom, estou trabalhando essas modalidades com os meus alunos também e inclui basquete e handebol sentados , deu muito certo.
Parabéns pelas aulas!!!