Antes de começar a leitura, conheça os dois novos conteúdos do Impulsiona, com foco no Fund II e Ensino Médio:
E-book Educação Física Antirracista - conceitos e sugestões de atividades: https://impulsiona.org.br/educacao-fisica-antirracista/
Curso - Como aumentar a participação dos alunos nas aulas de Educação Física: https://impulsiona.org.br/participacao-educacao-fisica/
Os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 estão a todo vapor e a meta do Brasil é continuar no top 10, posição que ocupa desde Pequim 2008. Mas com o grande elenco que está nos representando em Tóquio, podemos sonhar cada vez mais alto!
Nesta edição, o Brasil terá sua maior delegação fora do país, com 260 atletas Paralímpicos. Ao contrário dos atletas Olímpicos, eles infelizmente ainda são desconhecidos para a maioria das pessoas, apesar de serem favoritos em modalidades como bocha, natação e atletismo, que são as mais vencedoras desde a nossa estreia nos Jogos em 1972.
Para ressaltar a importância desses campeões para o nosso país, fizemos uma lista para vocês conhecerem a história de alguns deles. Vamos lá?!
Daniel Dias, de 33 anos, é o maior nadador Paralímpico de todos os tempos. Ele nasceu com má formação congênita nos membros superiores e na perna direita, e em 16 anos de carreira conquistou 27 medalhas em Jogos Paralímpicos. Essa marca foi alcançada com os 3 bronzes que ganhou em Tóquio: nos 200m livre, nos 100m livre e no revezamento 4x50m. O maior medalhista da natação, dono de 14 medalhas de ouro, vai se aposentar após os Jogos de Tóquio, com orgulho de ter dado continuidade às conquistas de nomes como Clodoaldo Silva e Ádria Santos. Nas vésperas da competição, Daniel, que costuma raspar o cabelo para entrar na piscina, foi surpreendido por uma homenagem da Comissão técnica brasileira, que reproduziu o gesto do nadador. Ele vai passar o bastão para um outro fenômeno das piscinas, Gabriel Bandeira, que aos 21 anos terá a responsabilidade de continuar o legado do companheiro de modalidade.
Provando que vai dar conta do recado dentro das piscinas, Gabriel conquistou o primeiro ouro brasileiro em Tóquio. Essa foi a estreia da classe s14 (para atletas com deficiências intelectuais) nos Jogos, e o nadador representou muito bem nosso país, vencendo os 100m borboleta. Com a marca de 54s76, Gabriel bateu um novo recorde Paralímpico, mais um para sua coleção que cresce desde seu início na modalidade. E não para por aí, o multimedalhista coleciona 4 medalhas em 6 provas realizadas em Tóquio. Durante quase 10 anos ele praticou natação convencional, até fazer os testes de elegibilidade que o classificaram como deficiente intelectual, e passar a competir no esporte Paralímpico. Suas primeiras competições a nível nacional e internacional foram no ano passado, e Gabriel teve um excelentes resultados, o que já era esperado também em Tóquio.
Evelyn é medalhista de ouro nas duplas mistas da categoria BC3 da bocha nas Paralimpíadas Rio 2016. Ela é diagnosticada com atrofia muscular espinhal, uma doença congênita que impede os movimentos dos membros inferiores e enfraquece os movimentos dos membros superiores da atleta. Evelyn iniciou na bocha aos 22 anos, a convite de uma professora, como um belo exemplo da importância dos profissionais de Educação Física na formação de estrelas do esporte. Hoje, aos 44, foi convidada para ser porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos, para os quais treinou em uma quadra construída em casa devido a pandemia.
Também porta-bandeira dos Jogos de Tóquio, o ‘Bolt’ das Paralimpíadas, ou melhor, Petrúcio Ferreira, é um fenômeno do atletismo, modalidade com o maior número de atletas brasileiros nesta edição. O paratleta mais rápido do mundo já estreou na competição batendo o recorde Paralímpico, ao completar a prova em 10s53, e conquistar a medalha de ouro nos 100 metros rasos da categoria T47 (para esportistas com membro superior amputado). Essa é mais uma para sua coleção de medalhas. O bicampeão Paralímpico conquistou seu primeiro ouro na Rio 2016. Aos dois anos, Petrúcio sofreu um acidente na forrageira, máquina de triturar capim, perdendo parte do braço esquerdo. Ele iniciou no atletismo paralímpico na escola, quando chamou a atenção dos organizadores de um campeonato escolar do qual participou. Hoje, aos 26 anos, Petrúcio comemora seus títulos, assim como o multicampeão Usain Bolt, imitando um raio com os braços apontando para o alto. Mas a semelhança não está apenas na comemoração – as conquistas no esporte também são equivalentes. O jamaicano já se aposentou, mas Petrúcio segue nas pistas como uma promessa para o atletismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.
Antônio Tenório da Silva é considerado o maior judoca Paralímpico da história. Ele conquistou as 4 medalhas de ouro do Brasil na modalidade. Seu início no judô foi aos oito anos de idade, mas um descolamento de retina ao ser atingido por uma semente de mamona no olho esquerdo aos 13 anos, e, mais tarde, uma infecção no olho direito, o deixaram cego. Assim, ele partiu para o judô Paralímpico e se tornou uma referência nesse esporte. Os Jogos Paralímpicos de Tóquio marcam a 7ª edição do atleta, depois de 6 edições e 6 medalhas conquistadas. Sua estréia no megaevento foi em Atlanta 1996, lutando na categoria B1, para cegos totais. Hoje, aos 50 anos, Antônio ainda pensa em esticar a carreira até a edição de Paris, em 2024.
Débora Menezes é parataekwondista da classe K44 (para amputados de braço). Ela nasceu com uma má-formação no cotovelo direito e se interessou mais pelos esportes Paralímpicos no final de sua faculdade de Educação Física. Débora competia no lançamento de dardo, até 2013, quando conheceu o parataekwondo, e iniciou na modalidade. Além de campeã mundial na Turquia, ela conquistou medalha de prata nos jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, ambos em 2019. A taekwondista acredita na importância de trabalhar a mente, assim como trabalha o corpo, e como parte desse processo, ela já se imagina no pódio. Apesar de sempre ter presenciado uma segregação de mulheres no esporte, Débora nunca desistiu de lutar para ocupar o lugar que deseja, e assim ela fará em Tóquio.
Yeltsin Jacques protagonizou a conquista da centésima medalha de ouro Paralímpica do Brasil. Depois de estrear em Tóquio garantindo a primeira medalha dourada do atletismo brasileiro nos 5.000m masculino T11, para cegos, ele chegou ao primeiro lugar do pódio novamente nos 1.5000m, com direito a recorde mundial: 3min57s60. Yeltsin nasceu com baixa visão, iniciou no esporte pelo judô, e conheceu o atletismo acompanhando um amigo, totalmente cego, na corrida. Apesar de ter conquistado a sua primeira medalha Paralímpica em Tóquio, Yeltsin já carrega algumas conquistas nas classes T12 e T13, para atletas com deficiência mais leve. Dentre elas, no Mundial da França 2013, no Parapan de Toronto 2015 e no Parapan de Lima 2019. A mudança de categoria ocorreu esse ano, depois de uma reclassificação oftalmológica, que o considerou como competidor da classe T11, em que os corredores são acompanhados de um guia. Formado em Educação Física e fã do maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, Yeltsin que já era cotado ao pódio em Tóquio, apenas confirmou ser um fenômeno do atletismo Paralímpico.
A judoca Lúcia Araújo descobriu o judô aos 15 anos, acompanhando os irmãos que praticavam o esporte. Durante a gravidez, sua mãe contraiu toxoplasmose, e passou para ela, o que afetou sua visão. Após alguns anos afastada da modalidade, Lúcia teve contato com uma atleta cega da seleção paralímpica de judô, o que a incentivou a voltar a lutar. Em sua trajetória ela enfrentou algumas dificuldades, até chegou a treinar escondido. Sua primeira medalha Paralímpica veio nos Jogos de Londres, em 2012. Em 2016 ela conquistou a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos do Rio e nesta edição Lúcia foi responsável pela primeira medalha do Brasil no judô. Ela garantiu o bronze, a terceira medalha Paralímpica de sua carreira.
Representando, e muito bem, a segunda modalidade com mais atletas brasileiros em Tóquio, a nadadora Maria Carolina Santiago conquistou cinco medalhas na competição, sendo três delas medalhas de ouro. Assim, ela se tornou a primeira atleta brasileira a conseguir três ouros em uma única edição de Jogos Paralímpicos, com direito a um novo recorde da competição (28s82), nos 50 metros livre na classe S13, para atletas com deficiência visual mais leve. A nadadora, que nasceu com Síndrome de Morning Glory, uma alteração congênita na retina, responsável pela diminuição do campo de visão, só migrou para o esporte Paralímpico em 2018, e já no ano seguinte foi campeã mundial. Mas a natação já estava presente na vida da atleta desde os quatro anos de idade, como influência do irmão que foi nadador, mas também por não poder praticar esporte de impacto, devido a sensibilidade que tem na retina. Hoje ela nada pelo clube Grêmio Náutico União, do Rio Grande do Sul, onde foi apresentada ao esporte Paralímpico. Maria Carolina entrou para a história ao encerrar um jejum de 17 anos sem medalhas de nadadoras brasileiras nas Paralimpíadas.
Silvânia é bicampeã paralímpica no salto em distância da categoria T11, para cegos. Desde criança, ela sofre de uma doença congênita que causa a perda progressiva da visão, chamada de Doença de Stargardt. A atleta Paralímpica de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul iniciou no esporte aos 18 anos. O talento para o atletismo vem de família. Seu irmão, Ricardo Costa, compete na mesma modalidade e categoria que ela, e se destaca assim como Silvânia. A recordista é medalhista no salto em distância nos Jogos Rio 2016, nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, no Mundial de Doha 2015 e agora nos Jogos de Tóquio 2020, onde saltou 5 metros, garantindo o lugar mais alto do pódio.
Apesar de suas trajetórias e conquistas inspiradoras, esses atletas não recebem o devido valor, por isso é muito importante dar visibilidade ao Movimento Paralímpico. E levar essa temática para as aulas de Educação Física é uma forma de ajudar nesse processo, além de promover a inclusão e o respeito às pessoas com deficiência.
São fantásticos
Todos eles são guerreiros e guerreiras
São fantásticos eu acho que deveria ter uma livro falando dos atletas para limpicos para mostras que o possível fazer mesmo sem visão , com dificiencias de membros que não são suficientes para parar esses guerreiros mesmo não tendo os melhores matérias .
Gostei me ajudou muito
Legal, muito legal!
Legal
Parabéns para todos vocês ,espero que vocês continuem sendo inspiração para todos que vem você estou até fazendo uma palestra sobre vocês e agradeço muito vocês por tudo você são incríveis
Parabéns para os atletas que treinaram muito. Estamos orgulhosas. Assinado Juliana e Sophia
Josiane lima será a atleta que mais participou dos jogos
É muito importante destacar a relevância dos Jogos Paralímpicos e seus atletas, que muitas vezes são esquecidos ou deixados de lado em comparação aos atletas olímpicos. Esses atletas enfrentam desafios ainda maiores para alcançar seus objetivos, superando obstáculos físicos e mentais para se destacarem em suas respectivas modalidades. A participação de uma delegação brasileira tão grande na competição é motivo de orgulho, pois mostra o comprometimento e o talento desses atletas e também ajuda a divulgar a importância do esporte adaptado para a sociedade em geral.
Eles são muito bons no que faz
como vocês já fizeram história há mais de dois anos, mas ainda nos enchem de orgulho! Suas realizações inspiradoras continuam a nos motivar e a nos unir em torno de um objetivo comum. Vocês são exemplos inspiradores do poder que o esporte tem para inspirar e unir pessoas de diferentes origens e culturas. Parabéns pelo seu sucesso e obrigado por nos encher de orgulho!
São nossos grandes guerreiros que merecem todo o respeito.
Histórias de superação, de não desistir nas dificuldades. Grandes atletas, merecem nosso respeito e aplausos!
Adorei mais á história da mulheres , minha favorita lucia Araujo
Amém conhecer todas essas histórias.
Pessoas incríveis que representam tantas outras espalhadas nesse “mundão” e que não são vistas em seus valores bem maiores que suas limitações. Muito importante esse momento paralímpico mostrando a todos o que muitas vezes rotulamos ou não enxergamos. Parabéns!
Jogos Paralímpicos ou Paraolímpicos é o maior evento esportivo mundial envolvendo pessoas com deficiência. Incluem atletas com deficiências físicas, deficiências visuais, além de deficientes mentais.
Realizados pela primeira vez em 1960 em Roma, Itália, têm sua origem em Stoke Mandeville, na Inglaterra, onde ocorreram as primeiras competições esportivas para deficientes físicos, como forma de reabilitar militares feridos na Segunda Guerra Mundial.
Muito enriquecedoras essas informações.Tive oportunidade de assistir algumas competições -Paralimpíadas Rio 2016 . Emocionante.nunca mais fui a mesma pessoa.
Obrigada pelo enriquecimento teórico
Material muito show, parabéns…continuem socializando para uma educação ainda melhor!!!
Estou muito orgulhosa dos nossos atletas Paraolímpicos.
São muitos esforçados, PARABÉNS PARA TODOS ESSES ATLETAS.
Eles São muito esforçados, são verdadeiros campeões, Parabéns para todos esses atletas.
Verdadeiros atletas.
Eles são guerreiros(a), mesmo com as dificuldade conseguiram fazer oque muitas pessoas conseguem
E o Alessandro do arremesso de peso?
Maravilha
São Top Top
Mto boa a matéria, nos auxilia mto nas nossas aulas.
Obrigada
Parabéns a todos, sucesso!!!
Parabéns a vocês!!! Temas super importantes e atualizados que colaboraram muito com nossos planos de aula … só posso agradecer, obrigada!!!!
Acabei de postar nos grupos de WhatsApp das turmas que leciono EF (ainda estamos com atividades remotas).. Obrigada por nos ajudar na elaboração das nossas aulas!! Abraços , Débora Ireno Dias
Silvania Costa mais um grande talento Paralímpico reconhecido e que precisa ser mais divulgado para o Brasil nas escolas pincipalmente para que as crianças possam conhecer e entender sua historia no atletismo.
O esporte vem reconhecendo grandes talentos so tenho a agradecer por nos colocar a par de todos esses atletas maravilhosos que tem uma deficiência e são determinados e não existem nenhuma barreira para eles.
Eu sou fã de todos eles.
Excelente material, obrigada por estar sempre contribuindo com os professores de educação física.
Amei o tema. Espero poder apresenta-lo a meus alunos. Sou professora, no entanto não trabalho com Educação Física. Mas estou iniciando o último período da faculdade de Educação Física. E o Impulsiona sempre me ajuda com bons temas e cursos.
Ótima matéria! obrigado por isso! sz
Só guerreiros e guerreiras, pois nunca desistiram de lutar, quando entram pra competir vão até o limite ganhando ou perdendo deixam ali suas marcas, conquistado pelo esporte!!!!
Avante sempre, mostrem para as grandes empresas a importância de trabalharem juntos e com apoio novos guerreiros e guerreiras estarão prontos pra realização de seus sonhos!!!!!!!