Antes de começar a leitura, conheça os dois novos conteúdos do Impulsiona, com foco no Fund II e Ensino Médio:
E-book Educação Física Antirracista - conceitos e sugestões de atividades: https://impulsiona.org.br/educacao-fisica-antirracista/
Curso - Como aumentar a participação dos alunos nas aulas de Educação Física: https://impulsiona.org.br/participacao-educacao-fisica/
Hoje nós trazemos uma história inspiradora que transformou a quadra da EMEF Capistrano de Abreu, em São Paulo, em um ambiente de inclusão e empoderamento feminino. O projeto de futsal aplicado pelo professor Francisco Jose de Lima Neto, conhecido como Neto, não só quebrou barreiras de gênero, mas também abordou temas como o racismo, mostrando que a Educação Física pode ser uma ferramenta poderosa no combate ao preconceito.
Quando o professor Neto ingressou na rede pública em 2006, percebeu que as meninas eram frequentemente excluídas das aulas de Educação Física pelos meninos, especialmente no futsal. A maioria delas era negra, e isso as tornava alvo de apelidos pejorativos. Neto decidiu mudar esse cenário e transformar a escola em um espaço de respeito, empatia e igualdade. “Na combinação de questões raciais e de gênero, percebi a necessidade de trabalhar no combate as discriminações nas aulas e, consequentemente, na sociedade patriarcal e racista.”
O projeto surgiu inserido no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, e as meninas passaram a participar das aulas de futsal, promovendo uma série de mudanças na atitude dos alunos a partir do combate às discriminações de gênero e raciais.
O professor se baseou nas diretrizes de Delia Lerner, educadora argentina renomada, para construir o projeto. Aulas que antes eram apenas técnicas e esportivas ganharam um novo significado. Foram introduzidas atividades permanentes, como rodas de conversa sobre combate às opressões, educação em direitos humanos, diversidade e autoconhecimento. Nessa ideia de estimular a participação das meninas para além da quadra, o professor Neto promoveu também uma visita das alunas ao Museu do Futebol, localizado em São Paulo.
O trabalho englobou diferentes etapas do aprendizado, desde a alfabetização até o ciclo autoral (7º a 9º ano). Através do futsal, elas tiveram acesso a uma formação integral, que ia além das disciplinas tradicionais, promovendo o desenvolvimento humano e cidadão. Apesar do objetivo principal não ser o rendimento esportivo, a equipe montada para representar a escola foi campeã regional cinco vezes de nove edições dos jogos escolares.
O projeto é uma ponte entre o esporte e questões sociais relevantes. Ao abordar temas como gênero e raça, o professor estimula os estudantes a refletirem sobre o papel da mulher na sociedade, a desconstrução de estereótipos e o combate ao racismo.
“É importante incentivar as meninas não só no futsal, mas em outros esportes, atividades e práticas culturais para inserção das mulheres na sociedade, pois ainda temos muita influência do machismo estrutural.”, reforçou o professor.
Os resultados do projeto foram além do esperado. O sucesso no futsal trouxe não apenas vitórias nos jogos escolares, mas também transformações significativas na vida das alunas. Aumento do rendimento acadêmico, melhora no comportamento e desenvolvimento integral das meninas foram algumas das conquistas.
O futebol feminino está ganhando cada vez mais espaço e reconhecimento, graças à luta e ao incentivo de professores como Neto. O caminho é longo, mas o trabalho para promover inclusão e equidade de gênero traz mudanças reais e impactantes que ultrapassam os muros da escola.
Para ajudar os professores e professoras a incentivarem a participação das meninas nas aulas de Educação Física e levarem a Copa do Mundo Feminina de Futebol para as escolas, preparamos um portal com conteúdos exclusivos:
Lindo projeto, assim causa interesse
Belo trabalho que chama o interesse dos alunos ,mais o lado feminino, que não gosta muito das atividades do futsal, mas vamos ofertar mais atividades da área, e a importância da modalidade.
As meninas precisam obter um maior incentivo para as modalidade de futsal onde a enfaze maior é para os meninos, eu quero ver crescer este incentivo pois aprove totalmente, tenho 7 filhas e 1 filho.
Projeto instigador e inclusivo.
Instigador e inclusivo.
Uma iniciativa muito boa, temos que insentivar o esporte.
Este projeto de futsal feminino é muito inspirador.
Parabéns pelo trabalho professor! O incentivo ao esporte e o combate a todo tipo de preconceito é fundamental!
Amei
Parabéns gostei da ideia, genial para aplicar na aula de educação física.
Mais um projeto de inclusão e de quebra de tabus, mostrando que o futebol, um esporte quase que majoritariamente masculino, também pode revelar talentos femininos contribuindo assim para a auto estima e pertencimento das mulheres. Parabéns pela iniciativa do professor e apoio da escola.