Antes de começar a leitura, conheça os dois novos conteúdos do Impulsiona, com foco no Fund II e Ensino Médio:
E-book Educação Física Antirracista - conceitos e sugestões de atividades: https://impulsiona.org.br/educacao-fisica-antirracista/
Curso - Como aumentar a participação dos alunos nas aulas de Educação Física: https://impulsiona.org.br/participacao-educacao-fisica/
Milhões de famílias brasileiras estão buscando formas saudáveis de passar o tempo durante a quarentena do coronavírus. Uma alternativa é usar esse período para ensinar as crianças a respeitarem as pessoas com deficiências. Conversamos com Marcos Lima, jornalista e dono do canal do YouTube Histórias de Cego, com 180 mil seguidores. Marcos é deficiente visual e sugere algumas dinâmicas fáceis de fazer em casa e que podem conscientizar os jovens sobre a importância da inclusão e acessibilidade.
Vamos listar as atividades, e no final batemos um papo com o Marcos!
O futebol talvez seja a maior paixão nacional, certo? E o Marcos compartilha desse sentimento. Ele já até jogou pela seleção brasileira de futebol de 5, modalidade para deficientes visuais. E você pode mostrar para os seus filhos como os cegos também praticam esportes.
Para isso, pegue qualquer tipo de bola. Marcos sugere que seja utilizada uma bola leve, para evitar impactos fortes no corpo ou em objetos da casa. Em seguida, coloque a bola dentro de uma sacola plástica de supermercado e dê um nó.
A partir daí, a bola irá fazer barulho ao ser movimentada. A ideia é vendar seu filho e desafiá-lo a chutar ou encontrar a bola no “escuro”.
Para gerar mais empatia na criança em relação às pessoas com deficiência, também pode ser feita uma brincadeira em que ela não pode usar uma das mãos.
O desafio é realizar atividades que parecem simples, como tomar um banho ou fazer uma refeição. Como alguém sem uma das mãos faz isso? Quais são as dificuldades? De que forma a casa pode estar adaptada para facilitar essa acessibilidade?
Que tal testar fazer um lanche ou almoçar sem enxergar a comida a sua frente? Que sensações isso pode trazer ao jovem – e ao adulto? Será que você é capaz de identificar todas as comidas sem a visão? Faça essa brincadeira como seus filhos ou cônjuge.
Você tem uma cadeira de rodinhas em casa? Dessas de escritório mesmo. Caso tenha, que tal simular uma cadeira de rodas com ela, e tentar se locomover pela casa sentado? Assim, você pode notar se a sua casa é acessível para um cadeirante. E conversar com os seus filhos sobre a importância dos espaços estarem adaptados para pessoas com deficiências.
Que tal aproveitar esse tempo para aprender alguns elementos da Língua Brasileira de Sinais? É uma boa maneira de conversar com os seus filhos sobre a comunicação com deficientes auditivos.
Agora, o nosso papo com o Marcos Lima sobre Educação Física, inclusão e coronavírus.
Pode se apresentar?
R: Sou o Marcos Lima, tenho 37 anos, sou jornalista e YouTuber. Trabalho com comunicação, levando uma mensagem de inclusão e respeito às pessoas com deficiência nos meus vídeos e palestras.
Como você, que é cego, está lidando com o coronavírus? De que forma as mudanças te impactam?
R.: As mudanças me impactam totalmente. Primeiro porque moro sozinho e então estou enfrentando essa quarentena comigo mesmo. Depois, porque o meu trabalho é dar palestras e treinamentos em empresas… Não trabalho de carteira assinada e então sem palestras e treinamentos, sem renda. Mas o mais importante agora é pensarmos no bem de todos, estamos cumprindo um papel social, cada um precisa se conscientizar de que vamos perder um pouco. Então quem puder, fique em casa!
Você mencionou os esportes… tem praticado exercícios físicos em casa durante o isolamento?
R.: Sim, todos os dias. É algo que eu nunca tinha feito, exercícios físicos em casa. Mas para além das caminhadas enquanto falo no telefone, não movimento o corpo, e é muito fácil acostumar-se com ficar sentado ou deitado a maior parte do dia. Instituí uma rotina de exercícios, com base nos tempos em que era jogador de futebol de cegos. Ponho um podcast ou algum documentário que gosto enquanto faço os exercícios. Notei que isso melhora a qualidade do meu sono e me dá mais disposição. Não sabemos quanto tempo vamos ficar parados em casa e então não podemos deixar o corpo enferrujar.
De que forma você acha que a Educação Física pode contribuir para a inclusão?
R.: A educação física é muito importante para a inclusão das pessoas com deficiência. E falando especificamente das pessoas cegas, uma criança que não enxerga cresce ouvindo um monte de “nãos”, principalmente no que diz respeito a atividades como correr, jogar bola… A Educação Física chega para mostrar justamente que nós podemos. Quando corremos em uma quadra jogando futebol, isso quer dizer que também temos independência corporal para andar na rua e enfrentar os obstáculos.
Uma das atividades propostas é a refeição às cegas. Qual costuma ser a reação das pessoas?
R.: A visão é o sentido mais usado pelas pessoas. Então privá-las da visão, mesmo que por alguns minutos, as transporta para um mundo que elas não conhecem. Eu aplico essa atividade em muitas empresas e as reações são sempre de muita surpresa. As pessoas se emocionam e descobrem muito sobre si e sobre o mundo. É impressionante o quanto a comunicação aumenta, o quanto elas se tornam mais dependentes dos companheiros. E isso é importante para a vida: como estamos vendo agora com a pandemia do coronavírus, uns dependemos dos outros. Dependemos dos profissionais de saúde que estão na linha de frente para nos salvar, dependemos das sábias decisões dos que nos governam, dependemos dos entregadores que se arriscam para que não saiamos de casa…. Mas também dependemos dos vizinhos, de todos, porque quanto menos a epidemia se espalhar, mais rapidamente voltaremos às nossas atividades. O mundo é muito interdependente, as pessoas não se dão conta disso.
As crianças costumam reagir diferente dos adultos a essas dinâmicas de conscientização?
R.: Crianças são um tesouro. Elas não têm preconceitos, elas não julgam, estão abertas a experimentar, a entender e a encarar com naturalidade uma deficiência, algo que muitos adultos ainda não conseguem. É fabuloso trabalhar com crianças. Trabalhar as diferenças desde cedo é garantir que elas serão adultos diferentes do que nós somos.
Mande uma mensagem para os professores e pais em casa.
R.: Temos que ficar em casa. E podemos fazer disso algo muito bom ou algo muito ruim. Lógico que todos enfrentam dificuldades, instabilidade emocional é comum nesses momentos, mas devemos proteger nossas crianças. Trabalhar com eles a diversidade e a inclusão é algo que pode fazer a diferença para eles, para nós e para todos.
Parabéns
Conteúdo muito bom esta de parabéns
Conteudo muito bom inclusão é isso
Parabéns, belo aprendizagem que levarei comigo.
MUITO BOM O CONTEÚDO.
Conteúdo muito bom. Grande aprendizado e uma forma gigantesca de se praticar a empatia, a amizade e, o amor ao próximo . Obrigada a todos os envolvidos.
Muito bom conteúdo do impulsiona
Marcos Lima, um grande mestre, seus ensinamentos vão muito além da inclusão, isto é uma formação para a sociedade e para a vida.
Achei a entrevista muito interessante. Encarar de frente à deficiência é uma forma valiosa de superação de possíveis limitações. E também uma preparação para situações inusitadas, uma vez que todos estamos sujeitos ao enfrentamento.
Excelente material! Compartilhei com a coordenação do AEE para desenvolvermos algumas dessas atividades no colégio.
Vou realizar o comer às cegas.
Muito obrigada pelas suas falas!
Que o Deus da sua crença te cuide e ilumine o seu caminhar!
MUITO BOM. PARABÉNS PELO CONTEÚDO… MUITO INTERESSANTE E DE linguagem bem adequada,
Muito bom, essa de refeição no escuro foi ótima, fizemos hoje, Amanhã procuro o meu livro de libras. Valeu!!!
O Marcos trouxe para mim um grande exemplo de vida e superação. Nesse nosso país onde o histórico das pessoas com deficiências era totalmente excludente e cruel, poder ver esse rapaz cego, dando esse show de lição de vida, inclusive como educador, não tem preço. Graças a Deus a luta pela inclusão vem ganhando espaço nos últimos tempos. Espero que as Políticas Públicas de Inclusão façam valer as Leis que já existem,pois, afinal, todos nós precisamos de inclusão, afinal, ninguém é bom ou perfeito em tudo. Grande abraço
Eu quero lição
Que matéria interessante! A inclusão desperta diversas atividades às pessoas com deficiência, isso possibilita integrar os esportes e práticas esportivas na melhoria da vida dos deficientes de forma geral. Faço voluntariado em um time de vôlei sentado feminino e masculino, percebo o quanto eles se desenvolvem nos treinos, aprendem trabalhar em grupo, fazem amizades, constroem relacionamentos e tornam-se capazes de viver momentos bem diferentes do dia a dia.
Adorei as atividades. Vou colocar em prática com as crianças.
Parabéns, Edu
Perfeito para essa época diferente que estamos vivendo! Obrigada!
Abcs .
Olá !
Gostei muito da ideia é isso que gera empatia nas pessoas.
Grande Marcos… Parabéns Edu por essa iniciativa!!!!
Eu trabalho com a inclusão.
Amei as dicas, parabéns!!!
Muito bom… atividades muito boas elaboradas!
perfeito nesse momento tão difícil para todos.
Gostei muito das opções muito obrigada1
Parabéns pelas atividades!!
Muito boa as dicas de brincadeiras em cass, adotei
Eu gostei muito da idéia, até porque o povo em casa está reclamando de tédio. Vivenciar o que uma pessoa com deficiência passa todos os dias é a melhor forma de gerar empatia e respeito por essa galera que passa diariamente por barreiras, inclusive as biológicas.
MUITO BOM
Olá, sou mineiro, professor de Educação Física Nivaldo de Sousa Ferreira, tudo bem, adaptações na atividade “NÃO VALE USAR AS MÃOS”, dois individuos de frente para uma parede, mãos sobre a cabeça, lado a lado, uma bola no chão na frente aos pés de ambos, devem subir cada um a sua bola a maior elevação possível somente com o movimento dos membros, pés, joelhos, quadril, barriga, membors inferios, tronco, ombros até atingir a cabeça. Material Utilziado, 2 bolas! Forte abraço FAMÍLIA IMPULSIONA!!!!!!
Só uma pequena correção: É Lingua Brasileira de Sinais e não Linguagem… Vale fazer a correção!!!
Valeu pelo toque, Michele! Corrigido!