Com a tecnologia cada vez mais presente nas escolas, surge uma grande oportunidade: usar essas ferramentas para ampliar a inclusão e tornar as aulas de Educação Física mais acessíveis e envolventes para todos os alunos.
Pensando nisso, a professora Roberta Mitchela Lopes, da Escola de Educação Básica Municipal Arroio Rincão, de Balneário Rincão (SC), criou o projeto “Educação Conectada: A tecnologia como aliada na construção de uma Educação Física mais inclusiva”. A iniciativa usa ferramentas digitais como Canva, CapCut e ChatGPT para criar materiais personalizados, adaptar jogos e desenvolver atividades acessíveis, sempre valorizando a diversidade da turma.
Ao adaptar as atividades com personagens, jogos e temas que fazem parte do universo dos alunos, a professora desperta maior interesse e aproxima a aula da realidade deles. Assim, os estudantes se sentem representados, reconhecem elementos que gostam e passam a encarar a Educação Física como um espaço acolhedor.
“Integrar tecnologia à prática pedagógica não é só modernizar a aula, mas ampliar as possibilidades de participação, comunicação e aprendizado dentro da disciplina”, explica Roberta. O projeto permite que alunos com autismo, TDAH e deficiências intelectuais desenvolvam aspectos cognitivos, sociais e emocionais.
Roberta começou o trabalho identificando os conteúdos previstos no planejamento para suas turmas do 3º e 4º anos do Ensino Fundamental. Entre eles, estavam os esportes de invasão, como futebol e handebol. A partir daí, decidiu usar ferramentas de inteligência artificial para revisar materiais, criar perguntas e propor atividades interativas relacionadas a esses esportes.
Em seguida, mapeou jogos e dinâmicas que poderiam tornar as aulas mais atrativas e significativas. Para potencializar o engajamento, trouxe para dentro da Educação Física personagens já queridos pelos alunos — como Stitch, da Disney, Banguela, do filme Como Treinar Seu Dragão, e Pikachu, de Pokémon. Com o apoio do ChatGPT, conseguiu adaptar atividades e criar recursos visuais que aproximaram ainda mais o conteúdo da realidade e dos interesses das crianças.
Os resultados chamam a atenção: mais participação, engajamento e fortalecimento da autoestima dos estudantes.
Além de beneficiar os alunos, a tecnologia também trouxe ganhos para a própria prática pedagógica da professora. Com a automação de tarefas repetitivas, Roberta ganhou mais tempo para planejar e inovar.
Para ela, o segredo está no uso ético, criativo e intencional das ferramentas digitais. “A tecnologia não substitui as relações humanas, mas amplia as possibilidades para que todos se sintam incluídos e capazes”, destacou.
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