Antes de começar a leitura, conheça os dois novos conteúdos do Impulsiona, com foco no Fund II e Ensino Médio:
E-book Educação Física Antirracista - conceitos e sugestões de atividades: https://impulsiona.org.br/educacao-fisica-antirracista/
Curso - Como aumentar a participação dos alunos nas aulas de Educação Física: https://impulsiona.org.br/participacao-educacao-fisica/
Para contar a história da nossa seleção, vamos voltar lá nos anos 20, quando foram disputadas as primeiras partidas de futebol por mulheres. Nesse início, a modalidade era exibida em circos, como forma de entretenimento.
Ao contrário do futebol masculino, trazido da Inglaterra para o Brasil e popularmente difundido com a formação de clubes e ligas, o futebol feminino sofria com a estrutura machista da sociedade que considerava a modalidade como violenta e voltada para homens.
Em 1941, foi instituído um decreto-lei (3199, art 54) que proibia a participação das mulheres em esportes “incompatíveis com as condições de sua natureza”. Isso aconteceu depois de uma onda de popularização do futebol feminino que tentou ser interrompida pela lei. Entretanto, as atletas da época não pararam de se movimentar dentro e fora dos campos e arquibancadas e, depois de muita luta e resistência, o decreto-lei foi revogado em 1979.
Apesar do fim da proibição, apenas no final da década de 80 as mulheres tiveram seus próprios campeonatos oficiais. Nesse meio tempo, a falta de apoio e profissionalismo marcaram o futebol feminino.
Hoje, essa situação evoluiu, mas ainda é nítida a diferença de investimento e tratamento para o futebol masculino. Quando se trata de Copa do Mundo, por exemplo, o valor da premiação recebida pelos jogadores na edição do ano passado no Catar foi o triplo do valor da premiação destinada a equipe vencedora da Copa do Mundo Feminina 2023.
No “país do futebol” a trajetória das mulheres dentro da modalidade é repleta de luta e obstáculos que foram e ainda estão sendo superados. Conheça a história da nossa seleção em Copas do Mundo e saiba como chegamos até aqui no futebol feminino!
A Fifa organizou, em 1988, na China, o torneio experimental Women’s Invitational Tournament. A seleção brasileira foi formada pela junção dos times Esporte Clube Radar (RJ), o primeiro time feminino do país, criado em 1981, e o Juventus (SP), um dos primeiros clubes a participar de competições oficiais da modalidade. Foram 12 seleções participantes e o Brasil conquistou o bronze nos pênaltis. Essa competição foi importante para incentivar o desenvolvimento do futebol feminino no nosso país. Para ter uma ideia, as jogadoras não tiveram a confecção de roupas para viajar e usaram as sobras das roupas da seleção masculina.
O Brasil participou de todas as edições da Copa do Mundo Feminina. Na primeira, em 1991, na China, foram escaladas 18 atletas, das quais 16 eram do Esporte Clube Radar. Apesar de não avançar para a segunda fase da competição, ao perder para Estados Unidos e Suécia, o Brasil fez uma boa estreia contra o Japão, com o gol da zagueira Elane, a primeira a marcar pelo nosso país em uma Copa.
A Copa de 1999, nos EUA, bateu o recorde de público, 90185 mil pessoas se reuniram em Pasadena para a final entre Estados Unidos e China. Para a seleção brasileira, essa edição também representou um momento de superação: pela primeira vez nossas jogadoras chegaram ao pódio.
Nas quartas de final, o Brasil encarou a Nigéria e se classificou para a semifinal com um gol de falta que consagrou a craque Sissi. Porém, na semifinal, o Brasil perdeu de 2 a 0 para os Estados Unidos, que contava com a vantagem de jogar em casa. Na disputa pelo terceiro lugar no pódio, nossa seleção venceu a Noruega nos pênaltis por 5 a 4 e conquistou o histórico bronze.
Na Copa de 2007, na China, o Brasil fez a sua melhor campanha. Nossa seleção bateu na trave na final, perdendo de 2 a 0 para a Alemanha. Apesar do segundo lugar no pódio, o Brasil conquistou a artilharia com a jogadora Marta, com sete gols marcados na competição. Um deles, na semifinal contra os Estados Unidos, é considerado o gol mais bonito de sua trajetória na seleção brasileira:
Apesar do desempenho positivo do Brasil, o descaso e a falta de recursos destinados ao futebol feminino marcaram a campanha da equipe na Copa de 2007. Ao término da final, a seleção brasileira se manifestou pedindo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que ampliasse o investimento na modalidade. As jogadoras levantaram uma mensagem que dizia: “Brasil, precisamos de apoio.”.
Ao longo da história, as jogadoras da seleção brasileira têm se destacado no futebol mundial. Marta é um bom exemplo dessa popularidade. Ela foi eleita a Melhor Jogadora do Mundo pela FIFA por seis vezes e se consagrou como a maior artilheira da história das Copas do Mundo.
Formiga é outro nome de destaque. A meio-campista estreou na seleção em 1995, aos 17 anos, e se aposentou aos 43 em 2021. Apesar da atuação no meio-campo, ela marcou gols importantes com a camisa verde e amarela.
A primeira camisa 10 da seleção feminina, Roseli, estreou na seleção em 1986, época em que a modalidade sofria ainda mais com a falta de reconhecimento. Ela abriu o espaço para outros grandes nomes do futebol como Pretinha, Sissi, Cristiane e muitas outras jogadoras de ouro que representam o Brasil!
Apesar da trajetória positiva no futebol feminino, o Brasil ainda não conquistou nenhuma Copa do Mundo. Esse ano, a seleção comandada por Pia Sundhage estreou em grande estilo na última segunda-feira (24), com o 4×0 contra o Panamá. Ainda no primeiro tempo, foram dois gols de Ary Borges. Bia Zaneratto abriu o segundo tempo marcando o terceiro gol do Brasil. Para finalizar o placar, Ary Borges marcou mais um aos 25 minutos, tornando-se a artilheira da edição de 2023.
Aos 30 minutos do segundo tempo, Marta entra no lugar de Ary, estreando no seu sexto e último mundial, e é homenageada com um bandeirão:
Com o resultado no primeiro jogo e o empate de França e Jamaica, o Brasil assume a liderança no grupo F e aumenta as expectativas dos torcedores para a trajetória da seleção verde e amarelo na Copa 2023!
No curso Equidade de Gênero nas aulas de Educação Física você vai conhecer a história do futebol feminino e ter acesso a 10 planos de aula exclusivos para aumentar a participação das meninas nos esportes. Inscreva-se!
Conheça também o “A Copa é delas” um jogo de tabuleiro com perguntas e respostas da Copa do Mundo Feminina! Ele pode ser impresso em qualquer impressora A4 e é ótimo para um trabalho interdisciplinar! Baixe já!
Achei o máximo irei trabalhar no dia das mulheres
tambem irei fazer um trabalho sobre isso
Que interessante
IREI TRABALHAR