Crianças e adolescentes de grupos socioeconômicos mais baixos praticam de 10 a 15% menos atividade física do que aqueles de grupos socioeconômicos mais altos. Essa desigualdade no acesso ao esporte gera um prejuízo de mais de R$75 bilhões na economia americana.
Essa foi a conclusão de uma pesquisa publicada em março de 2024 na revista acadêmica JAMA Health Forum, conduzida pelo Departamento de Saúde Pública da Universidade da Cidade de Nova Iorque. Foram analisados dados de crianças de 6 a 17 anos de todo o país.
Os resultados mostram que, caso as diferenças nos níveis de atividade física causadas por questões socioeconômicas (como gênero e poder aquisitivo) fossem eliminadas, os EUA poderiam economizar R$35 bilhões em gastos com saúde pública e R$40 bilhões com perdas de produtividade.
O modelo utilizado simulou as atividades físicas diárias de cada jovem, seu crescimento, o impacto da atividade física em sua saúde, as diferentes condições médicas crônicas que poderiam surgir e os custos resultantes ao longo do tempo. Experimentos de simulação mostraram o que poderia acontecer se os jovens mantivessem seu nível atual de atividade física, onde existem as disparidades socioeconômicas e, em seguida, o que aconteceria se tais disparidades fossem reduzidas em diferentes graus.
Por exemplo: eliminar disparidades socioeconômicas poderia ajudar a enfrentar a epidemia de obesidade nos EUA. A prevalência de obesidade e sobrepeso poderia diminuir em 0,83%. Isso significaria prevenir 101 mil casos de doenças relacionadas ao peso, incluindo derrame, eventos de doença coronariana, diabetes tipo 2 ou câncer, e todos os gastos financeiros para os respectivos tratamentos.
Segundo Tiffany Powell-Wiley, uma das autoras da pesquisa, esse é um dos primeiros estudos que mostram os benefícios de se reduzir as diferenças socioeconômicas no acesso à atividade física entre as crianças. “Isso mostra que investir em programas de esportes na infância pode beneficiar economicamente a todos”, explica ela.
Acesse o estudo na íntegra AQUI.
Excelente matéria. Pena que no Brasil,.os investimentos na aérea do esporte cada ano sofrendo perdas.