Durante as aulas de Educação Física no Colégio Fernando Henrique em Monte Alegre (PA), o professor Elizandro Bentes percebeu uma dificuldade comum entre os alunos: dominar os fundamentos do voleibol, como saque, toque e recepção.
Foi aí que nasceu o vôlei quicado, uma adaptação que une aprendizado técnico, diversão e inclusão. A ideia surgiu para ajudar os estudantes a aprimorarem os fundamentos do esporte de forma mais acessível e dinâmica. “Pensei em uma atividade que estimulasse a execução dos fundamentos, mas sem deixar de ser divertida”, conta o professor.
O jogo mantém a essência do voleibol tradicional, mas com algumas modificações que deixam a prática mais atraente para os alunos.
Principais diferenças:
Altura da rede: cerca de 1,50 m (na altura do ombro)
Saque: apenas por baixo
Bloqueio: permitido no momento do saque, mas sem salto
Recepção: o aluno pode saltar no primeiro toque
Quique obrigatório: após a bola cruzar a rede, ela deve quicar uma vez antes de seguir o jogo
Ataque: feito com uma das mãos e um pé no chão (sem salto)
Zona de ataque (3m): só vale toque ou manchete; se usar uma das mãos, a bola não pode ir direto à quadra adversária
Segundo Elizandro, a ideia de permitir o quique da bola surgiu para trazer um toque de emoção semelhante ao tênis, tornando o jogo mais fluido e fácil de acompanhar.
Monte o espaço com uma rede na altura de 1,50 m(ou um elástico, caso não tenha).
Forme equipes pequenas, de preferência 4×4.
Comece com saques por baixo para nivelar as habilidades.
Reforce a regra do quique: a bola deve tocar o chão uma vez após cruzar a rede.
Mantenha o jogo em ritmo dinâmico, incentivando a cooperação e o respeito às regras.
Varie as regras com os alunos, permitindo que proponham ajustes para equilibrar as partidas.
A adaptação virou febre na escola. Alunos que antes tinham dificuldade em jogar começaram a participar com entusiasmo. “Agora eu consigo jogar por cima da rede!”, comemorou um dos estudantes.
O sucesso foi tanto que o vôlei quicado virou modalidade oficial dos Jogos Internos da escola, que já estão indo para a 3ª edição consecutiva. As partidas são mistas, com 2 meninos e 2 meninas por equipe, valorizando o espírito de cooperação.
Além de aprimorar equilíbrio, coordenação, agilidade e força, a atividade também estimula trabalho em equipe, empatia e inclusão, valores essenciais na Educação Física.
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