O Centro de Pesquisas Translacional em Saúde Pública, que reúne seis universidades britânicas (Durham, Cumbria, Newcastle, Northumbria, Sunderland and Teesside), investigou como 55 jovens de 12 a 21 anos se sentem ao praticar atividades físicas. Os participantes são de áreas urbanas, rurais e costeiras da Inglaterra socioeconomicamente vulneráveis.
Os resultados foram divididos em quatro categorias: espaços, falta de pertencimento, segurança e barreiras sociais. Confira abaixo os principais achados da pesquisa.
– Áreas urbanas oferecem menos contato com a natureza. Locais ao ar livre foram relatados pelos jovens como os mais agradáveis para se exercitar.
– Entretanto, as áreas rurais exigem um deslocamento maior, e os jovens se tornam dependentes de transportes particulares para cidades ou regiões vizinhas mais populosas.
– Diante dos obstáculos, atividades sedentárias, como jogar videogame, foram apontadas pelos jovens como soluções simples para ocupar o tempo.
– Academias e clubes, apesar de existirem para a prática esportiva, despertaram sentimentos de desconforto nos jovens. Questões de aparência, vestimenta e gênero foram apontadas como problemáticas.
– O esporte escolar também trouxe más impressões. Em algumas situações, os jovens relataram que o excesso de foco no desempenho acadêmico impossibilitou a prática esportiva. A influência do professor aparece como um ponto importante, capaz de melhorar a situação.
– Os jovens relataram sentimento de exclusão e não pertencimento, principalmente quando vinculado a questões de gênero e sexualidade.
– Esportes em que as diferenças entre meninos e meninas não são tão nítidas foram mencionados como boas soluções para aumentar o sentimento de inclusão na Educação Física escolar.
– Um participante admitiu ter se escondido nos banheiros para evitar a Educação Física porque: “Eu desprezo futebol, mas era a única coisa que fazíamos por cerca de seis meses”.
– Em espaços públicos, os jovens destacaram o medo em função do uso de drogas e do crime na região.
– Segundo eles, nessas situações também existe um risco maior de situações de racismo e assédio.
– Para alguns, esses espaços também trazem o receio de bullying e agressões verbais.
– Os jovens relataram que a condição financeira também traz insegurança na prática esportiva, com uma sensação de não serem bem-vindos a espaços em função da classe social.
– Além disso, esses ambientes costumam ser homogêneos em termos de raça, etnia e religião, o que desperta insegurança nos jovens que não se encaixam nas mesmas categorias.
– A sensação para parte dos jovens é de hostilidade em alguns espaços socialmente privilegiados.
Segundo os pesquisadores, o estudo mostra que as vozes dos jovens em risco de marginalização, incluindo os da comunidade LGBTQ+, devem ser ouvidas no contexto de suas próprias experiências corporais de atividade física, a fim de minimizar as desigualdades.
Os jovens demonstraram que o sentimento de insegurança é um elemento central para redução das suas experiências esportivas.
Por fim, o estudo destaca a necessidade de espaços seguros e acessíveis que ofereçam facilitação e apoio de adultos confiáveis para lidar com a complexidade dos desafios associados à atividade física.
Para acessar o estudo na íntegra, em inglês, clique aqui.
Primeiramente o Estado tem que prova que as cidades que eles administra são segura, ter um planejamento urbano e da garantia de que o Estado tem competência de administração, boa estruturas nas escolas, seguranças em todos os sentidos, e mostra uma forma de todos os Habitantes se participativos em geral.